
Tenho dois lados
Um diz cuidado
o Outro diz exagere!
Um é cômico
O Outro vem com medo...
Tem vertigens...
Da mistura
Da permissão...
Da missão simples de amar!
Sem estar, pedir ou errar...
Um dos lados perdoa!
O outro perde...
Um quando traz de volta
O outro pede que saia e vá embora!
Faz sangrar a ferida
Esquecida, contida e indecisa!
Faz cicatrizar a mesma
Com a desistência e a despedida!
Um dos meus lados sussura
diz: Ei surda!
O outro sopra a calma
diz dorme que a vida é vaga...
Vaga...e noturna!
E como é noturna ás vezes...
Vem beber dos cálices antigos
O veneno já antídoto
que recolhe no coração!
Vem trazendo a solidão
Dizendo segura em alguma mão!
Que o aconchego é quase sempre familiar...
Vem com sensação de mistura pura!
Fina e delicada...
Dessas do roçar da pele no seio da mãe!
Desses dois lados
Um fermento...
O outro é fermentado!
Um gera amor!
O outro colhe dor!
Um é sábio calado!
O outro cheio de vontade mundana!
Quer correr pelos trilhos
Sem restar a alma ao exílio
Que o mundo as mordaças nos vai acostumando!
Calando...
Como quem costura a remenda velha
Dos lençóis sem cuidado...
Dos quarteirões abandonados
Da Pátria quase mãe...
Quer rebelar!
Destruir para calar...
Mas sabe que não pode...
Porque é nos dois lados remédio!
Um lado estanca!
O outro cura...
Claudia Venegas.
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