[A visão do outro] - 2008

10 de dez. de 2008 0 comentários














Em mim sentem cheiros
fragâncias que não sou!
Mas é certo que nelas estou!
Mas é por momento...

Em mim vêem dor!
Um buraco que precisa ser tapado!
Cuidado cochicham...Ela não sabe quem é!
Mas não olham na realidade quem sou!

Eu sou um rosto!
Um acesso infinito..
Não tenho forma nem ritmo
E nem uma só coisa sou!

Sou o movimento inconstante!
A ida e vinda breve
A beleza e a feiura de uma encenação!

Sou como todos!
O cuidado e o descuido!
O afeto e o desafeto...
A lembança e a saudade!
A felicidade e o choro!

E quem assim não é?
Seja homem ou mulher!
Menino ou menina...
Somos almas no fim!

Eu sou a brincadeira e o sarcasmo!
Me permita a dança, porque ela é minha, só minha!
Sou dividida e inteira quando sinto!
E quem não é? Quem não é?

Sou o despeito dessa busca certa!
Sou quem a forma esta livre!
De qualquer formúla que os outros inventam!

Mas os outros olhos...
Ahhh a visão do outro...
É sempre tão invasiva, passeia no inconviniente!
Vem da mistura de dentro, das experiências e do tempo!
Do cuidado a outro alguém!

Mas ninguém é igual!
Somos parecidos...
Reflexo quase visto!
Num outro instante já somos diferentes...

Uma visão nunca virá gratuita, livres da melhora!
Porque antes elas passam pelo coração!
Pelo coração dos outros, do outro que não é nem de perto você...

E é bem verdade quando dizem!
Que a Cristo ninguém leu!
Viram nele imperfeições, demências de um vil!
E assim o calaram com pedras!

Que bobagem a minha nessa idade que já avança!
Que o meu coração no do outro alcance a esperança!
Essa mesma que alimento dentro...

A incondicionalidade!
Dessas que vem inteiras!
Sem prescisar da peneira
Mas elas, elas não vem...

E isso eu chamo Utopia!
Enquanto sou analisada!
Enquanto estou a merce de tudo que digo!
Enquanto mais tarde minhas palavras ditas
Me servirão de castigo!

Sou imperfeita,
Sou feita do pó do homem!
Sou criação divina!
E não sou para os olhos de todos os homens...

Não me faço rainha!
Nem a mais importante princesa!
Não quero reinos erguidos!
Ou suditos passivos...

Porque Eu sou como a pétala falha!
Aquela que caiu no chão de um mundo...
onde tudo deve ser seguido a risca!
E quem arrisca?
Eu arrisco...

Mas espero um dia erguer!
Pelo amor e não pela vaidade!
A minha verdade!
Para que as algêmas sejam libertas!
e no peito reconheçam a minha gratuidade!

Claudia Venegas.

0 comentários:

 

©Copyright 2011 Pequena Aldeia Nerudiana | TNB