[Cinco noites] - 2008

1 de dez. de 2008 2 comentários











Hoje a Lua tem cinco noites...
Vem remendando a solidão,
Com as linhas da boneca velha...

Os trapos estão esquentando o chão
Alisando o assoalho perdido
Do espaço em branco do meu coração...

Hoje das cinco noites que vejo...
Uma foi feita para amar!
A outra para esquecer!
A outra para chorar!

E das duas que restam!
Uma é cega em você!
A outra surda ao te olhar!

A que foi feita para amar...
Cobiçar o interior infinito
Ser o que se é!
Riacho inteiro e perdido...
Está Lua onde está?

Porque já entra a segunda...
Invade ao nascer...
Enquanto a primeira ainda ama
A segunda vem para esquecer...

Esticar com a solidão a que vem para chorar...
Derramar, inundar!
Diminuir e restar...
Abortar e diluir...
Perder e torturar!

Perpetuar...
Alongar a dor da primeira que veio apenas para o amar!
Surgir, gerar...
Colher e dar...
Estar por estar...

E das cinco noites que o céu me deu!
A que mais doeu era cega em você...
Perdida no seu eu!
Cega ao amor meu...

A que mais calou
Era surda ao te olhar!
Muda para não incomodar...
Para não invadir e carregar...
Levar dali o que você a mim não desejava dar...
E destas cinco noites somente da primeira não esqueci!
Por instante perdi...
Mas nunca em mim deixou de existir...

Claudia Venegas.

2 comentários:

  • Cores, Letras e Notas disse...

    Você se reinventa, sempre, de uma maneira mais linda que a outra.
    Mas você não é de lua...
    Você é bem mais estrela...perene

    E não é a lua que te ofusca
    nem a ausência dela que te altera o ser... Você brilha sempre!
    Em qualquer céu, em qualquer tempo.
    Não caia nunca, viu?
    Que você é guia, é prenuncio, é poesia e é luz!
    A Princesa das Estrelas!

    Pisca pra mim...?
    Bj
    Celso

 

©Copyright 2011 Pequena Aldeia Nerudiana | TNB