[A menina e a areia] - 2014

22 de jul. de 2015 0 comentários









O pé marca o que não é o destino
Mesmo que a areia lhe desenhe as pegadas
A menina sente que o vento rouba lhe a identidade…
E não sente assim por causa do sopro deste,
Ou por causa da maré no fim da tarde
Para ela qualquer porção de terra que se componha de grãos soltos
Não pode lhe trazer a verdade,
A repetição
A segurança…
A menina define suas razões ao observar as coisas particulares,
As coisas particulares que a areia pode compor
Ela entende que a poesia daquele mar de grãos soltos só existe do milagre água!
A junção desses dois minerais: Molda!
Cria qualquer coisa que ela tenha enterrado na alma,
E que seja distante para o mundo…
Ela pode transformar com a areia quaisquer secreções de teor líquido que saem do corpo humano: Suor, lágrimas…
E até urina!
A menina se percebe então pela primeira vez: Botânica.
Porque sente que qualquer líquido que lhe escorre… Pode gerar algo!
Como ocorre com algumas plantas quando há queimadas ou poda,
A dor da vida é transformada em forma líquida!
E mesmo que o efeito dessa constatação lhe aprisione mais o peito,
Por sentir-se de fato podada!
Queimada! No andar das misturas humanas que recebe…
A menina se perde…
Ao observar a alegria das mãos das crianças
Entende que o moldar da areia deles é leve!
Como o vento que lhe leva a identidade…
Naquele momento,
Naquele moldar que nasce da brincadeira…
Cabe somente sonhos!
E o líquido utilizado é apenas: Água do mar!
[Claudia Venegas] - 2014

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