[As estrelas do quarto] - 2009

5 de jan. de 2014 0 comentários












São cinquenta e quatro estrelas as que me contam...
E cinquenta e quatro que conto serem estrelas...
E estão todas em meu jardim,
Cochicham saber sobre a sombra que sou quando me demoro...
Quando me desmonto nos seus faróis...
É delas o meu fim,
À parte onde me começo,
Os vãos para onde me recolhem quando fecho os olhos,
Absorvendo me os planetas mais íntimos,
Levando para longe as plantações de sóis que carrego...
E as colheitas de sonhos onde me resto!
Eu "vendo" as estrelas do meu cuidado,
Um pedaço da minha cortina sem fim,
Levanto a elas minhas saudades,
Vaidades da minha idade,
E os goles de amor que às vezes estou...
Que penso saber gostar ao amar...
Mas sou apenas uma menina,
Uma forma de mulher desconhecida...
Tão "temprana" e tardia
Que o tempo os traços me quer roubar...
Acalento no peito o desejo demorado,
O abraço apertado no travesseiro,
A volta que falha meu coração...
Sou a janela aberta enquanto espero,
Enquanto bebo nas linhas tortas minha melodia.
Sou a composição Norte, direcionando a força pura do amor...
Que sinto, que pinto, ao tentar...
Enfeitar o cais deserto que você deixou em nós...
Sou teu ente, teu parente, teu sangue...
E sempre que para cima olho,
São cinquenta e quatro estrelas que me assomam!
Que me atendem o olhar...
E me subtraio diante delas,
Até ensurdecer no rosto as lágrimas que guardo!
É delas o pranto que a "sábana" seca!
Para o tanto pouco que eu minto dormir...
Tornei-me profunda, leve,
Cheia da fé que não vejo quando me olho...
Porque das cinqüenta e quatro estrelas que vejo...
Uma me falta pai...
E é você... 

Claudia Venegas

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