
Teus punhos não me escreveram,
Nem teus olhares me leram!
Fiquei perdida no canto sem a entrega,
Sem ao endereço teu chegar,
Feito poeira esquecida na prateleira...
Selei minhas escolhas!
Como quem sela a carta aberta...
Rabiscada estive nas entre linhas dessa nossa,
Mais que tua minha espera...
Mas fostes à tinta que me alimentou!
Borrou, e reescreveu por sussurros...
Meus muros, minhas poesias e meu amor!
E como esperei por eles no abrir do envelope...
No retirar do papel chamuscado, quase cinza!
O deitar dos teus olhos nas letras...
Descortinar teus sonhos a mesma menina!
A mesma que se foi na primavera...
A mesma que te amou em todas as estações...
Nas inundações dessa carta,
As lágrimas que marés não findavam...
A alma transformou em puro amor...
Leve, e cadente...
Um descontinuar continuo do coração...
No tornar dos teus olhos nela!
(Mesmo que no piscar)
A mesma menina nua...
A mesma vontade cordilheira!
E estou aqui!
Aguardando esse vento...
O sopro teu que podemos escutar
No voar leve e escondido dos vaga-lumes
Quando a noite vem à noiva Lua admirar!
Estou aqui!
Com a folha em branco...
Esperando a letra tua...
Um novo desenhar!
Claudia Venegas.
(Foto da internet)
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