Discursam sobre o tempo,
Sobre o poder "ir-real" que exerce em nossos sentimentos
Sobre a fórmula bússula de amar
Sobre a fórmula semente de amar
Mas não explicam nada sobre como deixar de sentir...
Pois são praticantes e não amantes
É só olhar bem,
Só se entende de perto
É de perto que abraçamos,
De aperto é que envolvemos entre os braços,
O que queremos preender nos dedos...
Pode ser verdade que em um mundo de “tolos”
O sentimento deva ser o norte,
Aquele vento que sopra qualquer lugar,
E acha o alivío na não coerência do que se sente
Porque as vezes sentir é o tempo todo assim,
Meio longe, impraticável
Coisa que escorrega entre os dedos
Um tempo perdido,
Uma quantidade que não sabemos contar...
É apenas cemitério que já foi vazio,
Um quarto arrumado que fica frio
Mesmo quando voltamos aguar as flores
E como amante e não praticante que sou
Devo ser surda a esses ditados
Não sei escrever dessas linhas que todos escrevem
Não sei Não ler o que está escrito
Porque de alguma forma eu ainda sinto
O que para muitos parados ali na lápide é pura fantasia...
Só se entende de perto
E continua lá,
Estalando suas cores
E fechando meu portão
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