[Infância] - 2008

31 de dez. de 2008 2 comentários














Quando se é pequeno
Pensamos em morar nos castelos de areia que construímos...
Queremos sempre colocar mais portas e janelas que deveríamos...
E desejamos ver as sereias que moram nos mares...

Acompanhamos a espuma que as ondas deixam nas pedras...
E imaginamos as ancoras dos navios quando ancoram no mar...

Deixamos nossas chaves sempre cairem nas águas de algum rio!
Permitimos ao cosmos que embale nossos sonhos...
Porque espiamos no meio de tudo, perplexos, a lua do céu...
E somos agradecidos...E como somos agradecidos...
E agraciados pelo espirito!

Por aindar escutar o versar simples dos versos do senhor vento!
Por ainda sentir a importância do ar na pele quando vem roçar o carinho...
Natural e estendido...Sem as arestas complicadas do mendigo adulto!
Que nao entende mais tarde, que era só a mãe natureza colocando no colo seus filhos...

Quando somos "pequenos"...
Repartimos os brinquedos mesmo não querendo compartir...
Mas não é para ferir ou afastar...

Recebemos do outro o olhar sempre singular
E não questionamos sequer um só deles...
As intenções escondidas de um olhar...
Só olhamos de volta,
Sem revolta, sem nada imaginar...

Não permanecemos na agressividade,
Porque sabemos receber a calmaria...
O silêncio. O nada.

Vestimos qualquer roupa...
Colocamos o pijama de dormir
E aceitamos o boa noite de quem te ama!

Amamos correr!
Não pensamos em morrer!
Mas somos curiosos para com a morte!

Atravessamos rios com alegria!
Sem pensar nas pedras machucando os pés!

Nos deslumbramos com o respirar dos peixes debaixo da água...
Desenhando na superficie as bolhas de ar...

Questionamos a cor do céu,
As flores do jardim!
As formigas, os passarinhos...
Sem vontade nenhuma de modificar algo ou alguma coisa...

Não questionamos se Deus existe,
Se Ele nos ouve, se nos ama...
Quando estamos fazendo uma simples oração,
Somos apenas nós mesmos!

Adoramos tomar leite...
Assitir desenho
E não sabemos ainda o que é tomar decisão!

É porque estamos impregnados da infância!
Da poesia interna que mais tarde perderemos...

Claudia Venegas.

(Poesia dedicada a Roberta Estevam, menina do Rio...Linda linda, adorooo, rs)

2 comentários:

  • Anônimo disse...

    Nossa!
    Acho que é uma das mais lindas coisas que já li.
    Quando fala da noite, do cosmos, da curiosidade da infância...
    Fiquei feliz ao perceber que ainda sinto esse tipo de coisa.
    Como entender como verso a passagem do vento.
    Lindo.

 

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