[Carta não lida] - 2007

25 de out. de 2008 0 comentários










Só vim dizer a você...
Que esteve sempre ali, sentada ao lado meu...
Distribuindo seu melhor mel!
Antes compartia da mesma vontade, das nossas mãos a menos de um dedo de distância!
Da nossa boca compartida na mesma música, no mesmo tempo...
Espaço parado e devagar...


Um dia te encontrei em um plano físico!
No mundo esquecido dos a sós;
E mesmo já estando antes contigo, nunca perdi meu norte, nossos sóis...

E com estes sonhos acordados, eu pude me perceber...
Ver me na imperfeição...
Se para amar eu precisasse um dia te esquecer!
Perceber-me no amor, liberto de toda vontade de busca...
Porque cessa, porque cura!
Tive desses sonhos ligeiros,
Desses que deixam um cheiro para beleza poder entrar
Acampar sem rodeios o enigma que deseja deixar...
E me entregaste mais que uma simples dança física,
Pois esta valsa ficou para os quilómetros santos que venho tentando separar,
Alongando-me para longe de ti, porque perto eu desejo estar!
E ontem...
Encontrava-te sentada nos meus melhores sonhos terrenos,
Alcançava-te com estranha facilidade...
Quando fechava um dos meus olhos, ou até mesmo os nossos!
Os seus, os olhos de um antes de dormir...
E eles sempre sonhavam que te traziam até ali...
E você vinha!
Arrebatava a alma minha e não me dizia nunca mais aquele adeus!
Que levava meu som...
E não permitia mais o enroscar das pernas suas entre as minhas...
E estive a um passo do não despertar
O sono eterno poder perpetuar...
Mas o nosso melhor se separou!
O vento cessou, e fiquei sem ninar...
E como são fugazes nossos encontros...
Deixa metade das palavras que poderia deixar
Perdidas no olhar, que não olha!
Não permite o voltar...
E nunca tive melhor companhia!
A tua era doce mesmo quando meu corpo físico a longa distância permanecia
Experimentando o sabor do teu Brasil na minha terra andina!
E hoje...
Mesmo você nunca segurando as minhas mãos há meia distância longe das tuas!
Continua sendo a mais bela, a mais especial, espacial...
Cósmica dentre todas as cósmicas maravilhas...
E sempre que sinto o mar
Ou o cheiro dele na minha memória...
Eu me lembro das tolices,
Do meu bobo desejo de poder assentar os meus pés junto aos seus...
Para o molhar daquelas ondas que parecem eternas no sonhar...
Quando vejo a Lua!
A imagem tua vaga dentro de mim, para mim!
Para ti o uno sentimento...
E no meu rosto o desabrochar de mais um belo sorriso
Uma satisfação de canto de boca,
Um desejo reticente,
Que fica no improviso...
Na presença cênica que nunca deixou de estar latente
Que nunca partiu ou diminuiu...
Vejo-te ainda em meu sonhar!
A inspiração percorre meus poros com o riso teu que nunca se apagou!
É o mesmo levitar que despertou meu coração para o amor...
E uma voz repete dentro de mim:
Amo, Amo, Amo, infinitamente...
Às vezes me arrebata, me separa esse exagero!
Mas não é impulso, porque não espero...
Não agora...
Meu corpo sofreu a abstinência!
E minha alma a tua temeu reencontrar,
Pelas ruas, ou nas noites escuras sem lugar.
Mas tenho essa vontade impotente de estar a um segundo de verte!
Mas canso...
Descanso!
Desse estado que plantas em mim...
Com sua existência uníssona, omnipresente que dói nestas noites sem fim...
Irás permanecer sempre eterna...
És não local, A pele infinita que de meus poros se alimenta!
E quando me confessa a vontade...
Passo te visitar!
Deixo o olhar discreto da janela do carro
Para a janela da distancia interna do seu olhar,
Que quando eu estava a Cordilheiras não existia!
E destilo no esconderijo de onde você não me vê!
O talento do seu leito, esse que derramas nas noites daquela esquina!
O beijo que pode ser degustando por qualquer boca que te deseje!
Mesmo sendo menos! Um tanto menos...
Comparado ao imenso tanto que a boca minha te queria...
E minhas lágrimas têm um sonhar desesperado...
Deseja levar-te comigo a ver o mar de Bauru,
O mar que só existe nos meus olhos com os seus!
Mas sigo dormindo meus sonhos...
E a poesia da vida é escrever a carta que você não lê!
É um presente do amor...
Do amor que é só meu!
E foi assim que vim dizer...
Foi a isso que eu vim
Quando eu nasci para sonhar com você...
Claudia Venegas.

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